Matheus Pichonelli, CartaCapital
A ideia da conquista, do alcance do topo do topo do mundo, parece se dissolver numa melodia chorada, de quem sabe ter conseguido tudo o que quis e confessa “abestalhado” a decepção – como em outra música, em bom português, espécie de avesso do clássico nova-iorquino.
Enquanto ouve a irmã cantar, num piano bar de Nova York, Brandon (Michael Fassbender) emite um dos raros sinais de uma sensibilidade escondida em cada poro do corpo. É só a primeira das muitas rachaduras de uma parede de concreto prestes a ser arrebentada no filme de Steve McQueen.
Nas mãos do diretor, a realidade conhecida por quem vive nas grandes cidades se transforma em prisão domiciliar – e deixa o filme mais próximo do terror que de um drama em família.
Brandon é o típico modelo padrão das revistas para executivos – daquelas que estampam nas suas capas os talentos promissores, vaidosos, bem vestidos e bem penteados, posando no topo de um escritório de onde se enxerga a cidade inteira. Que parece postada a seus pés.
Vendo-o, é possível imaginar as fileiras de
executivos bem-sucedidos que vemos todos os dias pelas ruas – que descem de
suas baias, a certa hora do dia, e saem para falar sobre trabalho em rodas de
Bolinha e Luluzinha nas mesas de bar e baladas de meio de semana. É o terreno
onde se reproduzem os yuppies que caíram no conto da Você S.A.”
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