No “Multishow ao Vivo - Micróbio Vivo”,
transformado em CD e DVD
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Marli Olmos, Valor
“O artista que se apresenta em bar ou
restaurante quase nunca conta com o aplauso. Em casas onde nem sempre a música
é a principal atração, enquanto alguns gostam do repertório outros nem sequer
prestam atenção. "Eu não conheço essa música, então não vou
aplaudir", disse o sujeito sentado perto do palco numa noite de 1984, em Porto Alegre. O
comentário grosseiro serviu, porém, para a jovem cantora perceber que não se
identificava com aquele tipo de plateia. Havia chegado a hora de mudar o rumo
da carreira.
Pouco conhecida do público, a canção
menosprezada no bar gaúcho era de um disco de Maria Bethânia. Adriana
Calcanhotto, então com 18 anos, havia passado o dia inteiro ouvindo o compacto
simples da baiana para tirar a própria versão e cantá-la naquela noite.
Diante do desaforo, decidiu, então,
procurar "sua turma". Enveredou pelo mundo teatral, território onde
sentiu que o casamento entre música e poesia seria permitido, um universo que a
autorizaria até a mudar o repertório de um show em véspera de estreia ou de um
disco praticamente gravado se por acaso se sentisse arrebatada por uma nova
canção.
"Quando uma canção atravessa minha
vida, eu mudo os planos. Pode acontecer de, de repente, tocar alguma coisa
aqui, agora, que me deixe louca. E eu não sossego enquanto não gravar",
afirma. "Aqui" é o renomado restaurante carioca Roberta Sudbrack,
onde encontramos a compositora para um almoço.
Logo que chegou, ela já demonstrou
intimidade com a casa. Foi direto para a cozinha abraçar a chef do restaurante
apontado entre os cem melhores do mundo, segundo a publicação inglesa
"Restaurant".
Foto: Divulgação
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