Cassiano Terra Rodrigues,
Correio da Cidadania
O Brasil nunca foi ao Brazil ...
... O Brazil tá matando o Brasil ...
... Do Brasil, S.O.S. ao Brasil...
Querellas do Brasil (Aldir Blanc/Maurício Tapajós)
O slogan da moda, no idioma da moda: “Think
Global – Act Local”, ou seja, “Pense Global – Aja Local”. Alguém sabe o que
significa “pensar global”? As maneiras como podemos, por meio das nossas
especificidades locais,
orientar nossa ação global (e
pensar é algo que realizamos, uma forma de agir), ainda estão indefinidas. Em
tempos de ascensão do individualismo consumista, Bye Bye Brasil (dir. Carlos Diegues, Brasil, 1979) pode
nos dar muito a pensar. Pois Bye Bye
Brasil é um filme de um país que está deixando de ser o que por
muito tempo foi para se tornar não se sabe o quê. Antes de falar do filme,
passemos a algumas superficiais e necessárias considerações sobre o cinema
nacional da segunda metade do século XX.
No Cinema Novo brasileiro, essas tarefas acabaram por resultar em uma nova apresentação do homem brasileiro em relação com sua terra: o choque cultural, o estranhamento do outro, do novo, do inusitado, o racismo e a miscigenação, a pobreza e a desigualdade social e econômica apareceram nas telas de cinema como nunca antes. Paulo Emílio Salles Gomes, em seu Cinema: Trajetória no subdesenvolvimento, chegou a afirmar que só no Cinema Novo o povo brasileiro se descobriu a si mesmo – isto é, só as imagens do cinema novo nos mostraram, finalmente, uma ótica definitivamente não-estrangeirizada.
A herança deixada pelo Cinema Novo vê-se
claramente nas personagens dos filmes feitos no Brasil depois das décadas de
1950 e 1960: elas colocam em questão a identidade cultural do país porque, ao
constituírem-se na cultura e serem de fato protagonistas da História, têm
consciência das transformações e mudanças por meio de seus próprios conflitos.”
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