João Paulo Teixeira, Revista Bula
"A indústria do cinema recicla clássicos do
passado desde a década de 1920. Em regra, o original sempre supera a cópia.
Mas, há exceção. E são boas exceções. Nas remontagens maiores que a própria
obra de inspiração há lembranças como a famosa versão de "Ben-Hur",
de 1959, que levou a histórica marca de 11 Oscars. Ele foi erguido a partir de
uma versão de 1925, de Fred Niblo, que é quase desconhecia e igualmente
decepcionante.
Há menções favoráveis a “Os Infiltrados”, o responsável pelo único Oscar de Martin Scorsese. O americano refaz a leitura de “Conflitos Internos”, filme feito em Hong Kong em 2002. Na película de Scorsese, a história do policial que se disfarça de bandido e o bandido que vai para dentro do departamento se passa na Nova Iorque contemporânea.
Há, porém, vertentes completamente dispares, como “Scarface, a vergonha de uma nação”, de Howard Hawks, de 1932, e a da década de 1980, versão frenética de Brian de Palma. Enquanto o primeiro — que inclusive conta como co-roteirista o famoso magnata do petróleo e da aviação, Howard Hughes — é assentado na superação pessoal e na perversão como pano de fundo do roteiro, o segundo trata do drama moral de um homem suburbano que sobe na carreira e que é tragado por ela. Enquanto o original de Hawks dá aulas de cinema, roteiro e fotografia, na versão de Brian de Palma não há nada de sutileza no que se refere à violência. No primeiro filme, cenas como o fuzilamento de adversários da máfia são mostrados apenas sob os espectros caindo no chão ou simbolicamente, quando o protagonista, baleado, tem sua sombra projetada na sarjeta como uma grande cruz. No remake, a sutileza dá espaço, literalmente, a uma luta com motosserras.
"Scarface", de 1980, tem o roteiro escrito Oliver Stone que seis anos depois lançou "Platoon", maior sucesso de sua carreira. Para Brian de Palma, Stone reformulou texto de Bem Hecht (o repórter que adaptou o filme de Hawks) e fez um frenesi sobre a geração das discotecas da década de 1970, a ascensão glamourosa e a queda brutal do gangster cubano.”
Há menções favoráveis a “Os Infiltrados”, o responsável pelo único Oscar de Martin Scorsese. O americano refaz a leitura de “Conflitos Internos”, filme feito em Hong Kong em 2002. Na película de Scorsese, a história do policial que se disfarça de bandido e o bandido que vai para dentro do departamento se passa na Nova Iorque contemporânea.
Há, porém, vertentes completamente dispares, como “Scarface, a vergonha de uma nação”, de Howard Hawks, de 1932, e a da década de 1980, versão frenética de Brian de Palma. Enquanto o primeiro — que inclusive conta como co-roteirista o famoso magnata do petróleo e da aviação, Howard Hughes — é assentado na superação pessoal e na perversão como pano de fundo do roteiro, o segundo trata do drama moral de um homem suburbano que sobe na carreira e que é tragado por ela. Enquanto o original de Hawks dá aulas de cinema, roteiro e fotografia, na versão de Brian de Palma não há nada de sutileza no que se refere à violência. No primeiro filme, cenas como o fuzilamento de adversários da máfia são mostrados apenas sob os espectros caindo no chão ou simbolicamente, quando o protagonista, baleado, tem sua sombra projetada na sarjeta como uma grande cruz. No remake, a sutileza dá espaço, literalmente, a uma luta com motosserras.
"Scarface", de 1980, tem o roteiro escrito Oliver Stone que seis anos depois lançou "Platoon", maior sucesso de sua carreira. Para Brian de Palma, Stone reformulou texto de Bem Hecht (o repórter que adaptou o filme de Hawks) e fez um frenesi sobre a geração das discotecas da década de 1970, a ascensão glamourosa e a queda brutal do gangster cubano.”
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