“O
mapeamento de atividades e equipamentos culturais no país está utilizando a
tecnologia digital para superar a limitação das pesquisas convencionais. Com a
conjugação de bancos de dados, georreferenciamento e ferramentas que permitem o
envio de dados diretamente pela população, os ministérios da Cultura (MinC) e
Educação (MEC), em cooperação com entidades independentes, têm rastreado e
fomentado manifestações desse tipo no país.
Uma dessas iniciativas é o mapeamento do entorno de 15 mil unidades escolares da rede pública, que será um dos pilares da integração de políticas entre MinC e MEC, em curso desde o final do ano passado. Iniciada este mês, sob coordenação do Instituto Lidas, de São Paulo, consiste na montagem de uma base pública de dados, o portal CulturaEduca.
Com o cruzamento de dados das escolas e dos equipamentos no entorno, inclusive os de saúde e assistência social, lançados em mapas com base em tecnologia de georreferenciamento, o portal permitirá que usuários incluam informações sobre a produção de grupos culturais que influenciam na vida e nas atividades de estudantes, professores e moradores.
A opção pelo cadastramento participativo das atividades foi uma estratégia para superar a dificuldade prática de um mapeamento tão extenso, segundo Inaê Batistoni, do Instituto Lidas. “Nesse nível, ele realmente é inviável. Por isso mesmo, o uso de tecnologias que trabalhem uma cartografia colaborativa, com informações que não existem nos cadastros oficiais”, completa Inaê.
O uso de uma plataforma aberta também é um ponto importante, segundo ela, porque permite a evolução da ferramenta e sua adaptação às necessidades das pesquisas sem custos adicionais vultosos. Além disso, impede dificuldades futuras com a mudança de políticas de negócios em plataformas proprietárias, possibilidade admitida por defensores das ferramentas digitais do Google e de outras empresas.
No projeto, que será disponibilizado aos
ministérios para que tenha o desenvolvimento continuado, está prevista ainda a
criação de um painel de indicadores de cultura e educação, cruzando dados como,
por exemplo, a taxa de analfabetismo com a existência de bibliotecas, com o
objetivo de dar subsídios à formulação de políticas públicas locais.”
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