"Sacrifício"
fala do único sobrevivente
do clã Zhan, que
cresce sem saber
sua origem
(Foto: California
Filmes/Divulgação)
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Guilherme Bryan, Rede Brasil Atual
“Há sete anos sem filmar, o diretor chinês
Chen Kaige, famoso pelo vencedor da Palma de Ouro em Cannes, “Adeus Minha
Concubina”, retorna com o ótimo “Sacrifício”, que estreou nesta sexta-feira (4)
nos cinemas brasileiros. A narrativa gira em torno do único sobrevivente do clã
Zhan, que cresce sem saber sua origem e se afeiçoa justamente pelo maior
inimigo da família, Tu’an Gu, cujo objetivo é não deixar vestígios dessa
família e se tornar o todo poderoso do Império Chinês.
Ambientado durante a dinastia Jin, na
China, o filme começa mostrando o conflito existente entre Zhao Shuo, filho do
primeiro-ministro Zhao Dun e general do exército real, e Tu’an Gu, que trama um
massacre para dizimar todos os Zhao. Porém, no mesmo momento em que ele se
aproxima da vitória, Zhuang Ji, irmã do imperador e esposa de Zhao Shuo, está
dando a luz ao único sobrevivente da dinastia, o qual é criado pelo médico
Cheng Ying. Cabe a este, então, esconder o bebê, mesmo que isto provoque uma
grande tragédia em sua própria vida.
Porém, o que pode parecer apenas mais uma
história novelesca marcada por vingança e mentira como tantas outras, ganha uma
beleza ímpar na tela em função do trabalho do diretor Chen Kaige, que impõe sua
marca autoral. O realizador se vale da mistura de câmeras lentas e tempos mais
prolongados com outros mais rápidos, e uma narrativa que é contada em
fragmentos isolados, o que inicialmente pode até soar confuso para o
espectador.
Também vale a pena prestar atenção na
excelente trilha musical, na bonita fotografia e nas locações e figurinos
deslumbrantes. Há algumas cenas também que são impactantes, como quando o único
herdeiro aprende a lutar ou quando a mãe Zhuang Ji lhe dá à luz, antes de
morrer.
Portanto, “Sacrifício” pode até não ser um
filme espetacular, mas já merece ser mencionado por dar continuidade à carreira
do ótimo diretor chinês Chen Kaige e também por envolver o espectador numa
história muito bem contada.”
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