Saga contra o
tédio. Denise Fraga,
uma Teresa em luta
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“O seriado da GNT "Três Teresas"
é, como diriam amigos de Minas, dessas besteiras que deixam a gente apreciada.
Por Nirlando Beirão
São
três as Teresas: Teresinha, a mãe descontrolada, Tetê, a filha encardida e
tragada pelo turbilhão de neuroses alheias, a Teresa propriamente dita, com a
duvidosa honra de assumir, no enrosco trigeracional, o spot de
protagonista. A vida insiste em sacudir o trio em sucessivas marés de surpresas.
Na alternância emocional da irritação com a resignação, elas vão se
infernizando e enlouquecendo umas às outras.
É intrigante observar que a Teresa da ficção (Denise
Fraga), ansiosa para alçar novos voos e romper todos os horizontes contra
uma convivência conjugal de rotina e tédio, venha aqui a recorrer à expertise
do diretor e cineasta Luiz Villaça, com quem está casada há 19 anos, para dar
sentido dramatúrgico ao desejo de botar fim ao casamento. Não é a primeira vez
que isso acontece. No teatro, Villaça dirigiu Denise em rascantes entreveros
entre marido e mulher, em
Sem Pensar. Estão acostumados a isso.
Três Teresas, o seriado, faz coexistir o excesso das expressões
caricatas com esgares marotos de sarcasmo. Pode ser que alguém identifique a
vitrinista Teresa com a personagem do filme Medianeras, de Gustavo
Taretto, mas, a bem da verdade, se é para copiar alguém, que sejam os cineastas
argentinos.
Na balbúrbia de sentimentos trespassados e turras
homéricas, experimento ternura especial pelo personagem do ex-marido de Teresa,
Ringo (Enrique Diaz). Ex-maridos são sempre subrepresentados nas tragicomédias.
Três Teresas busca reparar a injustiça. A saga das Teresas (às quartas,
às 22h30, na GNT) é, como diriam amigos de Minas, dessas besteiras que
deixam a gente apreciada.’
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