"Ao executar o aplicativo Angry Birds - baixado por mais de 1 bilhão de pessoas - qualquer um pode ter seus dados (localização, idade, sexo)
Carta Maior
Ao executar o aplicativo Angry Birds - baixado
por mais de 1 bilhão de pessoas em todo mundo - qualquer um pode ter
seus dados (localização, idade, sexo) acessados pela NSA (National
Security Agency) e seu homólogo britânico, a GCHQ (Government
Communications Headquarters).
É
o que apontam documentos confidenciais entregues aos jornais The
Guardian, The New York Times e ao site ProPublica, pelo delator e
ex-funcionário da NSA, Edward Snowden. As agências têm trabalhado juntas
desde 2007 na coleta de cada vez mais dados de suspeitos de terrorismo e
outros alvos, e nos últimos anos os smartphones têm sido cada vez mais
utilizados na tarefa.
As
agências tiram vantagem do que chamam de "leaky apps", aplicativos que
transmitem informações de volta para seu criador, havendo nessa passagem
uma tecnologia de rastreamento colocada por empresas de propaganda. Um
relatório secreto mostrou que apenas atualizando seu Android (sistema
operacional para dispositivos móveis), um usuário envia mais de 500
linhas de dados sobre a história e uso do telefone. Tais informações
ajudam as agências de propaganda a traçarem perfis detalhados de
usuários baseado na forma como usam o aparelho e quais sites e
aplicativos utilizam. As agências de espionagem, então, recolhem essas
informações, explorando-as e comparando com as que já possuem.
Os
espiões possuem interesse particular no Google Maps, pela facilidade
com que permite descobrir a localização de um alvo. Postagens nas
versões mobile de redes como Facebook, Twitter e Flickr, permitem saber
que lugares o usuário andou visitando. Mas o alcance de informações vai
ainda mais longe. Um documento secreto da Inteligência Britânica mostra
que é possível coletar dados como orientação sexual e ideologia política
de um usuário através de determinados aplicativos e funções de um
smartphone.
Já
era sabido que as agências buscavam rastrear alvos através de cookies
gerados por buscas no google ou qualquer outro site do tipo. No entanto,
as informações transmitidas pelos aplicativos oferecem muito mais
dados. Os documentos não especificam quanto de informação é coletada por
dia ou quantos usuários são afetados, mas deixam claro que a quantidade
de dados é bem vasta.
A
NSA já gastou mais de 1 bilhão de dólares em seus esforços de
vigilância através de celulares para encontrar alvos. O aparelho é
substancialmente usado por suspeitos de terrorismo no planejamento de
atividades. A agência afirma que já evitou ataques e prendeu suspeitos
graças ao serviço.
O
foco nos aplicativos, porém, mostra como ferramentas de lazer, usadas
no dia a dia e aparentemente inofensivas, podem se tornar instrumentos
de espionagem. A NSA, respondendo questões sobre o programa, afirmou que
não busca perfis de americanos comuns, mas que isso pode ocorrer
acidentalmente. A agência fez questão de ressaltar que existem leis de
proteção para tais casos e que eles se estendem a "cidadãos estrangeiros
inocentes". Já a GCHQ recusou comentar sobre qualquer programa
específico, mas disse que todas suas atividades estão de acordo com as
leis britânicas. Companhias citadas nos documentos, como o Google,
disseram desconhecer o programa.
Apesar
de recentemente anunciar novas restrições, a fim de proteger a
privacidade de americanos e estrangeiros comuns, as quais incluem a
limitação do uso de dados através de celulares, o presidente Barack
Obama não citou o uso de aplicativos e funções de smartphones."
3 comentários:
excelente post !
muito bom, adorei o post, muito bom o blog !
Adorei o post !
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