Texto inédito revela relatos pessoais do roqueiro Raul Seixas
"Anotações exclusivas do Correio Braziliense mostram como que o cantor lidou com o fato de ter de usar óculos
Gabriel de Sá, Correio Braziliense
Raul Seixas, morto há exatos 25 anos, tinha a mania de escrever em um caderno. Rabiscos, desenhos, versos, trechos de músicas e textos confessionais sobre a vida preenchiam o pequeno diário. Em um desses escritos, datado do fim dos anos 1970, ele narra a experiência de começar a usar óculos. “Todos fazem perguntas ao ver-me de cara nova, e a todos eu pareço dever uma explicação”, desabafou o artista.
O relato, inédito, foi entregue ao Correio pela terceira companheira de Raul, Tania Menna Barreto. “Eu comprei esse caderno, em que eu e ele escrevíamos e compúnhamos”, conta Tânia. Contudo, o diário foi parar nas mãos de Sylvio Passos, presidente do primeiro fã-clube oficial do compositor, o Raul Rock Club. “Quando eu morava nos EUA, o Sylvio falou que ia abrir um museu em homenagem ao Raul e eu autorizei minha mãe a passar algumas coisas pra ele. Nessa, o caderno foi junto”, detalha ela, que diz que gostaria de reaver o diário.
Do texto sobre os óculos, por acaso, Tânia guardou uma cópia. “Certas pessoas que não gostavam do meu aspecto pessoal passaram a gostar do novo ‘eu’. Acham que assim eu pareço ‘gente direita’, e ‘parecer’ é muito importante para essa gente”, escreveu o Maluco Beleza.
Confira a íntegra do texto abaixo:
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