Consertando Star Wars
Ademir Luiz, Revista Bula
"George Lucas é o menos genial dos gênios do cinema. Na prática, ele dirigiu uma ficção científica mediana, “THX-1138” (1970), um bom filme adolescente, “American Graffiti — Loucuras de Verão” (1973), e uma fantasia espacial simples e brilhante que mudou para sempre a indústria cinematográfica, “Star Wars” (1977). Quase ganhou o Oscar de Melhor Filme e o de melhor Direção. Depois se tornou basicamente um produtor, um dos mais bem-sucedidos de todos os tempos, mas não mais um artista que se coloca à frente dos aspectos criativo dos filmes. A maior parte das qualidades do extraordinário “O Império Contra-Ataca” (1980) foram mais mérito do diretor Irvin Kershner do que de Lucas, ao passo que a maior parte dos lamentáveis defeitos do fraco “O Retorno do Jedi” (1983) foram mais culpa de Lucas do que do diretor Richard Marquand. Com a tetralogia de aventuras de Indiana Jones não é diferente, embora a ideia original tenha sido dele, o principal motor criativo da série foi Steven Spielberg, com uma considerável colaboração do ator Harrison Ford. Sem a ajuda desses amigos talentosos, Lucas não foi muito além de criar pérolas trash como “Howard, o Super Herói” (1984) e “Willow, na Terra da Magia” (1986), uma constrangedora vulgarização de “O Senhor dos Anéis”.
Foi com o contraditório status de vanguardista anacrônico que Lucas chegou até a década de 1990, para escrever, dirigir e produzir a segunda trilogia Star Wars. Embora o sucesso comercial tenha sido gigantesco, muito em função da nostalgia dos antigos fãs, artisticamente foi um fiasco. O primeiro filme da nova série, o lamentável “A Ameaça Fantasma”, foi lançado em 1999, mesmo ano do genial “Matrix”, dos irmãos Wachowski, explicitando o quanto o mito estava ultrapassado. Os discípulos superaram em muito o mestre. Os capítulos seguintes, “Ataque dos Clones” (2002) e “A Vingança dos Sith” (2005), não foram muito melhores. A comparação com obras contemporâneas como “300”, de Zack Snyder (2007), e a saga “O Senhor dos Anéis” (2001-2003), de Peter Jackson, evidencia ainda mais a incompetência de Lucas em utilizar as novas tecnologias como elementos enriquecedores da narrativa. Seus novos filmes tinham o visual grandiloqüente, mas pasteurizado, todo parecia falso; a narrativa era capenga, o roteiro cheio de furos e a direção de atores amadorística. Os extras dos blu-ray explicitam como de fato ele não sabia o que estava fazendo, tomando decisões na base do erro e acerto, sem planejamento, literalmente desperdiçando a mão-de-obra ultra-especializada e o talento do exército de colaboradores que tinha a disposição."
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