Eberth Vêncio, Revista Bula
"É muita falta do que fazer, muita gente vai dizer, logo de cara, sem ao menos correr os olhos nisso aqui. Oh vida cheia de desnecessidades! No entanto, suponho que as dicas a seguir venham a calhar também aos leitores que não estejam pegando nem dengue. Tempos de estio acontecem com todo mundo. E olha que não está nada fácil driblar o Aedes aegypti, desde o Oiapoque até o Chuí. O Brasil é o pais da diversidade e, por vocação, das adversidades. Portanto, vai-se matando mosquito a tapa enquanto os corruptos contumazes, as doenças ordinárias e os facínoras graduados aniquilam gente nas esquinas. “É, mas Brasília não possui esquinas…” — algum chato haverá de me arguir. É verdade. Por outro lado, é lá no DF, nos miolos dos labirintos de carpete azul, que as ninhadas de ratos encontram a guarida mais perfeita para procriarem.
Bandalheiras à parte, o departamento de zoofilia do Ministério da Saúde me enviou aquela piada da formiguinha e do elefante, juntamente com uma mensagem dentro de uma garrafa de tubaína — a coisa veio flutuando num lamaçal de denúncias federais — requisitando uma lista contagiosa com as 10 melhores “pegadas” do cinema em todos os tempos. Por motivos religiosos, econômicos e sanitários — nunca antes na história desse país se viu tanto ateísmo, empréstimos consignados e sífilis — deveriam ser evitadas as cenas de bola-gato e de sexo com animais políticos.
Isso aqui não é uma CPMI do Congresso, eu não sou um Deputado Federal, e mamãe detesta quando me xingam de filho-da-puta, portanto, não vou mentir pra vocês: não gastei nem um puto do erário para fazer Pesquisa de Opinião. Fiz só pela amizade e pelo excesso de ócio, acreditem. Aliás, na minha opinião, gasta-se dinheiro demais com bobagens. Sinceramente, fui pesquisar nas gavetas da minha memória — sou cinéfilo metido a besta — e nos vários sites de cinema que encontrei na internet.
Após trabalhar mais que funcionário fantasma na Assembleia Legislativa, cheguei à compilação das cenas de filmes que seguem abaixo. Espero que elas sejam inspiradoras aos que ainda acreditam no amor, e também aos adeptos do sexo como terapia ocupacional, portanto, sem fins reprodutivos.
Uma Linda Mulher (1990)
Richard Gere não somente conseguiu tirar Julia Roberts daquele lugar, como viveram felizes para sempre. Que belo casal eles faziam, não?
Brokeback Mountain (2005)
Os cowboys de Ang Lee mandam bala num beijo tão avassalador e intenso que deixaria qualquer diretor homoafetivo da novela das 9 fazendo beicinho.
9 1/2 Semanas de Amor (1986)
Eu ainda tinha franjas nessa época. Lembro-me, como se fosse hoje, de ter saído com cãibras do cinema por causa da Kim Basinger. Mickey Rourke honrou o sindicato dos canastrões com suas pegadas de classe.
Instinto Selvagem (1992)
Não fosse pelo picador de gelo na carótida, deu inveja branca assistir a estonteante Sharon Stone amarrando um pobre coitado na cama. Tudo isso muito antes dos 50 Tons de Qualquer Coisa.
Titanic (1997)
Aquela abarcada do mocinho na cintura da mocinha, na proa do transatlântico, é fofa e sempre faz o mulheril suspirar fundo. Tão fundo que o Titanic acaba soçobrando. Pensei que o DiCaprio não daria em nada que prestasse, mas ele se transformou num ator muito acima da média.
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Vicky Cristina Barcelona (2008)
Scarlett Johansson e Penélope Cruz pegam-se pra valer no quarto escuro de um estúdio fotográfico. Se Woody Allen permitisse, e Raulzito estivesse vivo, a trilha sonora bem poderia ter tido o “Rock das Aranhas”: “…vem cá mulher, deixa de manha, minha cobra quer comer sua aranha…”.Ghost, do Outro Lado da Vida (1990)
De qualquer lado da vida, a cena do Patrick Swayze dando um amasso na Demi Moore, enquanto ela amassa argila pra fazer um vaso é inspiradora. Faz até a gente acreditar que exista vida após o casamento.
Casablanca (1942)
Humphrey Bogart e Ingrid Bergman mandam bem ao viverem uma paixão mal resolvida e sem final feliz. Certamente, uma das pegadas mais clássicas do cinema em todos os tempos.
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