Da BBC
Os números confirmam a mudança geográfica. Entre 2012 e 2014, a quantidade de pedidos para rodar filmes de "conteúdo adulto" na cidade de Los Angeles e na Califórnia caiu de 480 para 36, segundo a FilmL.A, organização sem fins lucrativos que monitora autorizações de filmagem no país.
Por trás da queda, há dois fatores importantes, que impactaram em cheio a indústria do cinema pornô no Estado da costa oeste americana: a pirataria na Internet e a regulação mais restritiva, em vigor desde 2012, incluindo a exigência de que atores pornôs usem preservativos durante as relações sexuais.
"Depois disso, muitos produtores começaram a filmar fora do país ou em Estados como Flórida", afirma Diane Duke, diretora da entidade Free Speech Coalition, organização que representa os interesses da indústria pornô na Califórnia.
Tampa
Hart explica que, embora a maioria das principais produtoras de filmes pornográficos ainda se concentre em Los Angeles, a indústria vem passando por importantes transformações devido à facilidade de acesso às novas tecnologias e também aos novos formatos.
Ele ressalta que, atualmente, para rodar um filme pornô já não são mais necessários grandes estúdios ou equipamentos.
Nos últimos anos, "centenas" de filmes pornô independentes saíram de Tampa, acrescenta ele, embora reconheça que "é difícil saber quantos, porque a maior parte vem sendo filmado em casas e não em estúdios".
A nova indústria do cinema pornô na Flórida foi o tema central do documentário "Hot Girls Wanted" produzido pela atriz e modelo americana Rashida Jones, que mostra o cotidiano de um grupo de mulheres em torno de 20 anos que sonham em se tornar estrelas pornô.
Miami
A Flórida "tem poucas regulações no que se refere à produção de pornografia" ─ diante das normas cada vez mais restritas Califórnia ─ e "há pouca pesquisa sobre os pedidos de autorização."
E como "muitos produtores escolheram Miami como novo destino, isso vem atraindo também muitos profissionais para a Flórida", explica Franks.
A Internet também tem facilitado o mercado para atores e atrizes do gênero.
Franks diz que se antigamente interessados em se tornar estrelas pornô tinham de se deslocar até Los Angeles e bater à porta de grandes empresas, agora basta responder a um anúncio online.
Segundo mercado
Ele observa que, embora a maioria da produção continue vindo da Califórnia, "a indústria pornô tem mantido uma presença consistente por mais de uma década na Flórida."
No total, entre estúdios e sites, a Flórida responde por 20-25% de todo o conteúdo pornô produzido nos Estados Unidos, transformando-se no segundo maior mercado do gênero no país.
Nesse contexto, a pornografia via webcam (webcamming) é a área de maior crescimento.
"Trata-se do conteúdo original que não pode ser cortado. É também muito interativo", opina Miller.
Pela webcam, atores e atrizes interagem com os seguidores além de "criar oportunidades para muitos profissionais que querem trabalhar de casa", acrescenta ele.
Expansão
"Definitivamente houve uma guinada da indústria para a internet", disse à BBC Mundo Dan Adams, porta-voz da feira erótica Exxxotica. Segundo ele, na última década, mais empresas estão rodando filmes na Flórida e a indústria "está se expandindo em Miami."
Adams considera Miami um "lugar estratégico". "É mais fácil para as pessoas da costa leste ir para Miami, seja por alguns dias ou uma única vez, do que viajar para a Califórnia (que dista cinco horas de avião)".
"Uma coisa é certa, o sexo ficou mais aberto", disse ele."
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