Adriana Marcolini, CartaCapital
“Mudo tudo o que encontro pela frente, o
que eu faço nunca está terminado.” O “Gigante do Papelão” é assim: está sempre
criando, montando, construindo. Nunca para. De suas mãos nascem favelas,
casarões coloniais, bairros e cidades. Tudo em miniatura, de papelão e material
reciclado. As casas têm sofá, cadeira, mesa, TV, geladeira. Em suas mãos um
canudo de refrigerante vira um cano e uma lata de óleo torna-se um caminhão. O
“Gigante do Papelão” nasceu Sergio Cezar, no Rio de Janeiro, há 54 anos. Seu
poder de provocar mudanças em tudo o que vê chega até as favelas cariocas, onde
ele tem o dom de transformar os participantes de suas oficinas, ministradas
gratuitamente.
Um deles é Robson Alves de Sousa, um
ex-detento que se reintegrou à sociedade graças ao trabalho com papelão e hoje
é seu assistente. No momento, Robinho está dirigindo oficinas nas favelas da
Maré, Dona Marta e Nova Holanda. “Nosso trabalho é feito com o reaproveitamento
do lixo”, explica o “Gigante do Papelão”. Este exercício de criação, garante,
contribui para que os participantes recuperem a auto-estima e comecem eles
próprios a passar o que aprenderam para outros, estabelecendo um efeito
multiplicador. “Quando ensinamos a arquitetura do papelão nas favelas,
percebemos que há muita gente querendo aprender”, conta. “Passamos uma semana
trabalhando em comunidades comandadas pelo fuzil e ao terminar sabemos que
deixamos uma semente; as pessoas sempre querem mais.” As oficinas são divulgadas
através das associações de moradores e atraem participantes entre 6 e 80 anos.
Já houve casos de ex-alunas que depois se dedicaram à confecção de enfeites
para festas e bolos de aniversário. Mas só o fato de atrair rapazes que
poderiam trabalhar para o tráfico, caso não estivessem em uma oficina, já tem
um significado muito importante para ele.”
Foto: Adriana Lorete
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