Os critérios dos
físicos não servem para a música eletrônica. Na foto, show do Daft Punk
|
Piero Locatelli, CartaCapital
"Um estudo divulgado na última semana
alentou os amantes de canções antigas. As agências destacavam: “cientistas
descobriram que a música está ficando pior”.
A pesquisa feita por físicos espanhóis
parte de um banco de dados com músicas feitas entre 1955 e 2010. Conclui: a
criação e a produção da música popular não estão mais “evoluindo”. Elas
estariam, cada vez mais, piores e mais parecidas entre elas.
Com a pesquisa, quem detesta músicas novas
teria embasamento científico para continuar reclamando. Mas é bom olhar com
calma o que os físicos chamam de piorar.
Os pesquisadores dizem que a música está
mais pobre porque a harmonia está mais simples, já que a variação e a
combinação de acordes nas canções é cada vez menor.
Ou seja, segundo os critérios dos físicos, o
clássico Hey Jude, dos Beatles, é uma música pobre e igual às outras. Usa
quatro acordes combinados de maneira simples. Bob Dylan também seria só mais
um. O clássico Like a Rolling Stone também tem quatro acordes, e muitas canções
dele ainda menos, como Knockin on heaven’s door.
Esse critério também não serve para julgar
estilos como o hip-hop e a música eletrônica, já que ambos são, em sua maioria,
repetições de harmonia simples. A força e a originalidade do rap está na letra
e no ritmo, desconsiderados no estudo.”
Foto: Divulgação
Artigo Completo, ::AQUI::
2 comentários:
A diferença entre as músicas antigas e as recentes é que hoje os empresários querem apenas músicas comerciais, aquelas que o refrão é longo e com alguma coisa bem idiota nela. Assim eles colocam em comerciais e vendem fácil, hoje é a mídia é que classifica como bom e ruín as músicas. Garanto para vocês que existem muitos cantores hoje que são ótimos como os antigos mas não tiveram oportunidade de mostrar o seu trabalho.
"Hey Jude" pode até ser pobre com relação aos critérios mencionados. No entanto, se hoje podemos medir qualitativamente uma peça de música através desses critérios - o que é válido, mas um tanto restrito - o mesmo não se pode dizer da época em que foi lançada. Na época, "Hey Jude" era original e criativa; hoje seria mais do mesmo. Acredito que a música tenha ficado mesmo chata, mas pela exploração exaustiva de fórmulas básicas de sucesso - motivada pela gana capitalista, talvez - e não por ser harmônicamente pobre.
Postar um comentário