Christopher Walken: “Qualquer que seja o personagem, sou eu”



Walken em cena do filme “Dark Horses”, de 2011. Foto: Divulgação

Sean O’Hagan, The Observer / CartaCapital
 
“Foi Mickey Rourke quem chegou mais perto de captar a aura singular de Christopher Walken. “Você sempre pareceu um ser estranho, de outro lugar”, Rourke disse para Walken quando os dois se encontraram recentemente para uma reportagem na revista Interview. “Havia em você alguma coisa de ‘espacial’.”

Hoje com 69 anos, Walken se abrandou um pouco desde que cruzou caminhos com Rourke pela primeira vez, no malfadado épico de Michael Cimino O Portal do Paraíso, em 1980. Mas a descrição ainda parece adequada. Tem a ver com seu sentido de distanciamento: a estranha mistura de calma sobrenatural e ameaça subjacente que ele emana na tela. Como o falecido Dennis Hopper, mas de maneira mais discreta, Walken passou a maior parte de sua carreira interpretando personagens radicais de um tipo ou de outro, enquanto também parecia interpretar a si mesmo.

“Entendo por que as pessoas podem me confundir com meus papéis”, diz, quando converso com ele em sua casa na área rural de Connecticut, onde vive com sua mulher, Georgianne, que é diretora de elenco. “No início eu fiz uma ou duas pessoas perturbadas, e acho que devo ter sido bom nisso, porque pegou. Mas, você sabe, sou um sujeito comum. Fico muito em casa, me esforço para manter distância de toda essa coisa social, as estreias, as festas. Tento viver de maneira tranquila.”
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