Capa do CD Vivaz,
que foi lançado
recentemente. Foto:
Arquivo Ret. |
Eduardo
Sá, Fazendo Media
Em entrevista ao Fazendo Media, ele conta como se envolveu com o rap e as dificuldades de manter um trabalho com autonomia. Ainda que avesso a rótulo, define a inquietação de suas letras como libertária. Para ele, o artista tem que se posicionar e tem uma função social. Não pensa duas vezes ao criticar os governantes cariocas, a mídia e a influência que a opressão da última ditadura militar deixou na formação cultural do país. A seguir você saberá um pouco mais do que pensa esse novo artista, que acredita na transformação individual das pessoas através da música.
Como se deu sua entrada no rap?
Foi na Batalha do Real, meados de 2002. Eu batalhei na época do Marechal, Aori, Shawlin, os caras mais antigos. Era foda, o fervo parecia maior porque era uma novidade muito grande. Foi quando eu comecei a fazer Freestyle... MC tem que começar fazendo freestyle, desenvolver seu flow, participar de batalha pra sentir o drama da parada, a adrenalina do bagulho. Foi uma época fundamental para desenvolver flow, mentalidade, mercado, tudo.
O que inspira os elementos da sua música? Eu sei que você gostava muito de ler filosofia.
É muita filosofia e agressividade né, mano. Eu sou um cara muito agressivo. O que eu passo é essa filosofia de que a gente tem que ir pra cima. Vamos ganhar a parada, vamos para frente, tá ligado? A galera acaba se identificando. Em relação às referências literárias, é muito Nietzsche, Clarice Lispector, a galera existencialista, Fernando Pessoa e outros. Tive a oportunidade de estudar e ter uma faculdade [jornalismo], professores bons pra caralho, oportunidade de ler muito. Tenho também uma curiosidade muito aguçada, o que é fundamental para um MC.
Depois de rimar eu fiquei muito tempo
escrevendo máximas filosóficas, que acabaram virando versos e linhas de peso. A
galera se identifica muito, cada linha acaba sendo um soco. A literatura está
sempre presente, acho que é fundamental ler e se envolver, conquistar um
pensamento esférico em relação ao mundo, da vida, questionar. Vir
inovador para a cena, ter uma parada a mais a dizer. Não surge ninguém novo há
muito tempo, tá ligado? Fazer uma parada nova hoje em dia é muito difícil, tem
que fazer uma coisa diferente mesmo. Hoje, graças a muito trabalho, a gente
recebe pedidos de show até em bailes de comunidade. Funkeiros e pagadoeiros,
várias comunidades da Baixada Fluminense, curtem rap, curtem meu som.”
Entrevista Completa, ::AQUI::
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