Ademir Luiz , Revista Bula
“Faroeste
Caboclo” é um filme milimetricamente planejado para impressionar o público
médio, que ingenuamente ainda se encanta com edição rápida, tiros, sangue falso
e um pouco de sexo, para incrementar a emulação de transgressão
2013 ficará conhecido como o ano de Renato Russo no cinema. Primeiro estreou a cinebiografia “Somos tão Jovens”, de Fernando Morello, mostrando os anos de formação do cantor e compositor carioca. De modo geral, o filme foi malhado pela crítica. Acharam-no superficial e “malhação” demais para a profunda complexidade psicológica do artista que pretendia retratar. Considero essa perspectiva válida, embora guiada por expectativas emotivas de fãs. A esperança era a de que “Faroeste Caboclo”, o segundo filme russoniano da temporada, pudesse compensar a decepção.
Primeira pergunta: é um bom filme? Sim, sem
dúvida, considerando os padrões tupiniquins e a proposta de sua estrutura
interna. A direção de René Sampaio é ágil e frenética. O protagonista João de
Santo Cristo é vivido com energia pelo ator Fabrício Boliveira. A bela Ísis
Valverde encarna uma Maria Lúcia usando seu infalível carisma novelesco. Todo o
elenco de coadjuvantes, do vilão Jeremias (Felipe Abib) ao primo Pablo (César
Trancoso), é competente, com destaque para Antônio Calloni, como um policial
corrupto. Para lamentar, apenas o desperdício da presença de Marcos Paulo,
fazendo um senador (quando? onde?), pai de Maria Lúcia. A parte técnica, da
fotografia a montagem, apresenta ótimo nível e a direção de arte, embora pobre,
não compromete. A trilha sonora de Lucas Marcier é discreta e certeira, fazendo
uso comedido da música título. Palmas para a criativa homenagem que fizeram a
Legião Urbana numa cena de show. O ponto baixo fica para a exageradamente
solene narração em off, quase tão desnecessária e fora de tom quanto a de
“Blade Runner” de 1982.”
Artigo Completo, ::AQUI::
Nenhum comentário:
Postar um comentário