Privado do amor de mãe, Sebástian coloca todas as suas forças para proteger sua nova amiga |
Xandra Stefanel, RBA
Lançado na década de 1960, o livro Belle et Sébastian, da escritora francesa Cécile Aubry, se tornou um grande sucesso ao ser transformado, em 1965, em uma série que ficou no ar durante cinco anos na França. Na década de 1980, o folhetim virou um animê japonês e, agora, depois de levar mais de três milhões de espectadores aos cinemas em seu país de origem, a versão em longa-metragem será lançada nesta quinta-feira (12) nas salas brasileiras.
A história que conquistou milhares de crianças na Europa é basicamente a mesma do livro, da série e do animê. Sebástian (Félix Bossuet) foi criado por César (Tchéky Karyo) e vive à espera de sua mãe, que nunca conheceu. Em 1943, em um de seus passeios diários pelos Alpes, ele encontra uma enorme cachorra que está sendo caçada pelos moradores do vilarejo. Eles acreditam que ela é a fera responsável pela morte de várias ovelhas. O que se sabe é que o animal foi muito maltratado por seu antigo dono e, como resultado, virou um perigo que “precisa ser eliminado”.
Privado do amor de mãe, o garoto carente coloca todas as suas forças para proteger sua nova amiga, já que tem certeza de que ela não é responsável pelas mortes dos animais. Nasce assim uma amizade incondicional permeada por muitas aventuras. Belle, como passa a ser chamada, entende que o garoto quer protegê-la dos caçadores e passa a confiar plenamente nele.
O pano de fundo da trama é a ocupação da França pelas tropas alemãs, durante a Segunda Guerra Mundial. O vilarejo que antes era pacato, vive uma grande tensão com a chegada de soldados, sempre farejando os franceses que estão ajudando os judeus a chegarem na Suíça.
O carisma de Sebástian, a doçura de Belle e a força da amizade e da solidariedade conquistam o público infantil. Para os adultos, a trama é ingênua e um tanto previsível, mas boa o suficiente para os que gostam de cachorros e para os que conseguiram conservar o coração de criança. Mas além disso, há também imagens de tirar o fôlego.
Vanier filmou nos Alpes em três estações e sua câmera parece sempre perfeitamente posicionada para apresentar a grandiosidade da natureza: a beleza dos animais correndo pelas montanhas, a delicadeza dos cursos d'água, a potência de uma avalanche. O inverno nos Alpes parece mágico pelas lentes do diretor, um apaixonado confesso por aventuras e expedições."
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