Rum na veia.
Johnny
Depp como Paul Kemp,
o alter ego de Hunter S. Thompson
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Orlando Margarido, CartaCapital
"Diário
de um jornalista bêbado
Bruce Robinson
Bruce Robinson
Por ser um filme colado à trajetória e obra
de Hunter S. Thompson, Diário de um
Jornalista Bêbado estrutura-se até que de forma comportada. Isso
não quer dizer que, na estreia prevista para sexta 20, faltem os elementos
essenciais da atividade, digamos, paralela do criador do chamado estilo gonzo
de jornalismo. Estão presentes o álcool em excesso, o rum que dá título ao
livro do autor e ao filme no original (The
Rum Diary), e a liberdade com as drogas em menor escala,
suficiente, no entanto, para uma das melhores cenas. Mas a rigor, por não ser
uma cinebiografia e sim a adaptação de um personagem criado à sombra de
Thompson e calcado em passagens de sua vida, tenta-se dar conta da
extravagância desta e de uma história de algum idealismo utópico.
Paul Kemp é esse alter ego interpretado com
brilho por Johnny Depp, que já havia sido Raoul Duke em Medo e Delírio em Las Vegas, outro
romance de Thompson.Nos anos 60, ele chega a Porto Rico contratado por um
importante, mas cambaleante, jornal americano local.
Ali, duela com o dirigente (Richard
Jenkins) para aceitar sua escrita original e contestadora, enquanto se envolve
com um empresário (Aaron Eckhart) e a beldade deste (Amber Heard), disposto a
cooptá-lo para o projetode um grande hotel.
Ante a maracutaia, Kemp prefere a companhia
de um colega. Esta é a parte não fictícia na experiência de Thompson na ilha,
onde trabalhou numa revista.
A vantagem do livro publicado pela Conrad é
perceber a razão de ter o escritor, que se suicidou em 2005 aos 67 anos, se
tornado referência por uma narrativa que promoveu a mescla de ficção e não
ficçãoe fundiu autor e personagem. No filme, apenas se deduz.”
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