Há cinco anos como diretor-geral do Festival de Cannes, posto aprovado na França pelos ministros da Cultura e das Relações Exteriores, é ele quem seleciona os últimos trabalhos de grandes cineastas, descobre novos talentos e, de preferência, aponta os filmes que conquistarão a plateia mundo afora, ao longo do ano.
Foi o que aconteceu com "O Artista", que teve première mundial na Riviera Francesa, nove meses antes de sua recente consagração no Oscar deste ano. "Foi uma aventura maravilhosa iniciarmos a carreira do filme conosco, em maio, e vê-lo continuar dando o que falar até fevereiro do ano seguinte, na cerimônia do Oscar", afirma o diretor.
Neste ano em sua 65ª edição, o maior festival de cinema do mundo começa amanhã, com a exibição do filme "Moonrise Kingdom'', de Wes Anderson. Entre os candidatos à Palma de Ouro estão os novos trabalhos de Michael Haneke ("Amour"), Abbas Kiarostami ("Like Someone in Love"), Ken Loach ("The Angel's Share") e David Cronenberg ("Cosmopolis"). Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista que Frémaux concedeu ao Valor.
Valor: Como o sr. chegou à seleção do festival neste ano? Como anda o cinema mundial, principalmente depois da crise financeira, que limitou a oferta de filmes dos EUA e de alguns países europeus nas últimas edições?
Thierry
Frémaux: É preciso vários anos para julgar o
estado do cinema mundial. Nós não julgamos o vinho de Bordeaux só a partir de
uma única colheita. O cinema se mantém misteriosamente poderoso e resistente à
"civilização das imagens". Há quem apostasse que o cinema não
conseguiria sobreviver ao vídeo e à internet. Mas o ato de fazer um filme
continua único. Ainda que um filme precise de dinheiro, a crise não impediu que
os artistas continuassem a se reinventar. Obviamente, eu falo como cinéfilo.
Por isso digo que o cinema está vivo e muito bem.”
Entrevista Completa, ::Aqui::
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