“Que o
sincretismo cultural de “Billi Pig” sirva de modelo para o cinema nacional.
Bruno Carmelo, Discurso-Imagem
/ Outras Palavras
Há algumas décadas, durante o período da
chanchada, o cinema obtinha resultados de bilheteria impressionantes.
Ironizando temas populares como a malandragem, o sexo e a religião (católica),
o cinema “encontrava o seu público”, como se dizia. Entretanto, as classes mais
altas e os intelectuais criticavam esta diversão leve, e crescia a crença que
até hoje cola à produção nacional: a de uma má qualidade, de uma incapacidade a
fazer melhor ou tão bem quanto os americanos.
Pois passaram-se os anos, o cinema
enfrentou períodos de seca durante o governo Collor, e foi se reerguendo com a
retomada. Ressuscitou-se logo uma certa ideia de profissionalismo, de
conhecimento técnico, de “mostrar na imagem que a gente sabe fazer bem”. Os
filmes brasileiros mais ricos de hoje podem se dar ao luxo de ter trilha sonora
composta por Philip Glass (Nosso Lar) e explosões espetaculares (Dois Coelhos).
Ao cinema popular, sobra um espaço quase
exclusivo às adaptações de programas televisivos, seja no conteúdo, seja na
imagem. Como o “Vídeo Show”, programa de televisão em que a Rede Globo faz
propaganda da Rede Globo, os Globo Filmes procuram da mesma maneira funcionar
como um programa de sustentação para a marca, como marketing par lançar o nome
dos próximos atores da novela das oito.”
Abobadário Completo, ::Aqui::
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