Djavan canta, compõe e produz todas as faixas de novo CD

Guilherme Bryan, Rede Brasil Atual


"Após uma período de quatro anos sem lançar trabalhos inéditos, o alagoano Djavan retorna com o álbum "Rua dos Amores", o vigésimo primeiro de sua carreira e no qual canta, compõe e produz todas as 13 faixas. Nesse período, o artista parece ter ampliado ainda mais seus canais criativos e, de certo modo, revisto diferentes fases de sua carreira, de olho no futuro.

A canção que abre o álbum, "Já Não Somos Dois", por exemplo, remete ao Djavan de "Milagreiro" e dos dois álbuns ao vivo, lançados em 1999 e que se transformaram num dos maiores sucessos da carreira do artista. "Um par dividido ao meio, / Um poço de drama, cheio, / no vau da eternidade... / Num canto da solidão, / Semente nativa / Germina bem à vontade".

A batida dançante permanece na ótima "Anjo de Vitrô", que remete um pouco ao excelente álbum "Coisa de Acender", de 1992, com pitadas de "Lilás", de 1984, e o jogo de imagens típico das letras de Djavan: "Pra abalar com essa graça toda / Num dia feito pra surpreender, / Avisto o vento / Rasgar sedento / De norte a sul! / Mas era só a chuva que caía / Com suas setas transpassando o dia / Tecendo a noite azul!...". O mesmo clima é retomado na dançante "Pecado", uma das faixas mais marcantes do álbum.

Em seguida, vem a bonita "Triste É O Cara", que faz parte do quilate das canções do álbum homônimo de 1989, com um pouco do clima de "Malásia", de 1996. Ela abre espaço para a suingada "Acerto de Contas", com a marca romântica do artista, o que também acontece na bossa nova "Bangalô", com o potente solo de sax tenor de Marcelo Martins: "Eu nem sei / Se quero amar / Outra vez / Ganhei, investi, / Perdi! / Uma vida e tanto! / Milhagens de amores / Febris". Ela e "Ares Sutis" remetem ao clima cool tão marcante em Djavan, muito presente também em "Malásia".
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