Stacey Kent: “Gosto de cantores que cantam com a mesma voz que falam”


Stacey: ela é apaixonada pela língua portuguesa
Destaque do jazz contemporâneo, a cantora americana fará quatro shows no Brasil em novembro. De voz delicada, ela diz que seu relacionamento com a voz é natural

Danilo Casaletti, ÉPOCA

O sucesso de Stacey Kent pode ser medido pela quantidade de países por que a turnê de seu álbum mais recente, Dreamer in concert, o nono de sua carreira e o primeiro registrado ao vivo, vai passar. São 25 ao todo, incluindo o Brasil. Nascida em New Jersey, a cantora se radicou na Inglaterra em 1991, quando foi estudar na tradicional Guildhall School of Music and Drama.

Logo no seu primeiro álbum, Close your eyes, em 1997, foi apontada pela crítica especializada como uma nova estrela do jazz mundial. Ao longo da carreira, recebeu com importantes reconhecimentos, como quando foi eleita melhor vocalista de jazz no Jazz Awards britânico em 2001 e no BBC Jazz Awards do ano seguinte. Em 2009, foi indicada ao Grammy, prêmio máximo da música mundial.

Em conversa com ÉPOCA, Stacey falou sobre as apresentações que fará por aqui em novembro e, principalmente, sobre música brasileira, pela qual se apaixonou e, por isso, decidiu aprender português para entender o que os ídolos como João Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes diziam em suas canções.

Em seu álbum mais recente, Dreamer in concert, a cantora gravou três versões de músicas compostas por Tom (“Quiet nights of quiet stars” – “Corcovado”, “Waters of march” – Águas de março” e “Dreamer” – “Vivo sonhando”), além de “Samba saravah”, versão em francês da clássica “Samba da benção”, de Vinicius e Baden Powell. Embora, vez ou outra, cante em português, Stacey, que fala muito bem o idioma, diz que gravar um disco todo em português ainda não está em seus planos. “Eu estudo a língua para mim, não para cantar”, diz.

Nos shows que fará no Brasil, Stacey, além da companhia do marido, o produtor e saxofonista Jim Tomlinson, terá no palco os brasileiros do Trio Corrente, composto por Fábio Torres (piano), Paulo Paulelli (baixo) e Edu Ribeiro (bateria). Eles já tocaram juntos há cerca de um ano e meio, em São Paulo. “Temos um excelente diálogo. Isso é raro de se achar pela vida”, diz Stacey. Os shows da cantora acontecem no Rio de Janeiro (27 de novembro – Citibank Hall), em São Paulo (28 de novembro – Teatro Abril), em Curitiba (29 de novembro – Teatro Positivo) e em Belo Horizonte (30 de novembro – SESC Palladium).

ÉPOCA – Como será o show que você vai apresentar no Brasil?
Stacey Kent –
Vai ser bem especial porque vou tocar com músicos (o grupo Trio Corrente) que geralmente não toco. O meu marido (Jim Tomlinson) também estará comigo no palco. Claro, terá canções do repertório do meu último álbum, Dreamer in concert, com o qual estou fazendo uma turnê pelo mundo. Mas também vamos escolher músicas de acordo com os nossos desejos, digo, os desejos de nós cinco. Estou escutando o que dizem músicos do Trio. Quando tocamos pela primeira vez juntos, há um ano e meio, em São Paulo, eles me disseram que adoram meus discos. Eles também me deram ideia de colocar outras músicas que não faziam parte do meu repertório. Outra coisa muito interessante: desde que anunciamos que iríamos para o Brasil, muitas pessoas foram a minha página no Facebook para fazer pedidos. Elas dizem ‘já ouvi essa música no seu disco tal, mas nunca a vi cantar essa música ao vivo’.
Foto: Reprodução
Entrevista Completa, ::AQUI::

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