“Longa do inglês Joe Wright baseado no
romance de Tolstói se passa, em boa parte, dentro de um teatro; mas a
movimentação de câmera e a montagem são capazes de transpor as barreiras que
poderiam transformar o filme num teatro filmado
Brasil 247 / Reuters
Todas as heroínas românticas são iguais, as
trágicas são trágicas cada uma à sua maneira. As infiéis recebem a devida
punição como nos clássicos "O Primo Basílio", do português Eça de
Queiroz, e no francês "Madame Bovary", de Gustave Flaubert.
Em "Anna Karenina", de 1873, seu
autor, o russo Liev Tolstói, contrapôs a protagonista heroína-trágica, com um
herói romântico, chamado Levin. Sua ideia era o retrato de dois casamentos -- o
feliz e o infeliz, daí a célebre frase de abertura: "Todas as famílias
felizes são iguais, as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira".
Dirigido pelo inglês Joe Wright
("Orgulho e Preconceito", "Desejo e Reparação"), o filme
segue à risca esse retrato de dois casamentos, que passam por provações até
atingirem seus destinos anunciados. Até agora, em suas adaptações, o diretor
havia se mantido fiel às fontes literárias -- Jane Austen e Ian McEwan,
respectivamente. Ao contrário, em "Anna Karenina" ele deixou o pudor
de lado e mostrou-se bem mais criativo, até mesmo ousado.
O longa se passa, em boa parte, dentro de
um teatro. No entanto, a movimentação de câmera e a montagem são capazes de
transpor as barreiras que poderiam transformar o filme num teatro filmado.
Pode, por um lado, soar como uma metáfora óbvia: a vida da alta sociedade não
passa de uma encenação. Ao mesmo tempo, ao transpor as limitações técnicas e
narrativas, o diretor é capaz de dar fôlego e espanar a poeira de um filme de
época.”
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