EO ensaio de Raj Shetye foi considerado 'nojento' por alguns usuários de redes sociais |
BBC Brasil
As imagens foram interpretadas por muitos como uma tentativa de glamurizar o estupro coletivo que chocou o país em 2012.
O fotógrafo Raj Shetye afirmou que o ensaio são "apenas um retrato da situação das mulheres no país".
No entanto, nas mídias sociais elas foram classificadas como "nojentas" e "horríveis", entre outros termos pejorativos.
O ensaio acabou sendo retirado do site Behance, em reação aos protestos irados no Twitter e no Facebook.
O estupro de uma estudante de fisioterapia de 23 anos, que foi apelidada pela imprensa indiana de Nirbhaya (destemida) em 2012, provocou dias de protestos e levou à criação de novas leis anti-estupro.
'Caminho errado'
Quatro pessoas foram condenadas à morte. Um quinto criminoso, menor de idade na época do estupro, serve pena de três anos.
O fotógrafo Shetye, de Mumbai, disse que o ensaio "O Caminho Errado" (em tradução livre) não foi inspirado no estupro de Nirbhaya.
O fotógrafo Raj Shetye disse que teve a intenção de chamar a atenção para o problema do estupro |
Ele afirmou que tampouco teve a intenção de glamurizar o episódio.
"É apenas uma forma de chamar atenção para algo que pode acontecer com qualquer uma, rica ou pobre."
Shetye também disse que os trajes vestidos pelos modelos eram de estilistas famosos, mas que ninguém recebeu crédito, já que o ensaio não tinha fins lucrativos.
Mesmo assim, o tom nas redes sociais foi de indignação.
"Você viu o ensaio de moda retratando o estupro coletivo da Nirbhaya em Déli? Nojento! Tomara que todos os envolvidos morram de vergonha! Porcos insensíveis!", disse o diretor musical de Bollywood (como é conhecida a indústria cinematográfica indiana) Vishal Dadlani no Twitter.
"Quem quer que vocês sejam. Espero que acabem na cadeia por causa disso."
A atriz Amrita Puri tuitou também: "Estupro não é inspiração para um ensaio de moda. Não sei o que o fotógrafo estava pensando ao se inspirar na Nirbhaya para as fotos."
Outro usuário do Twitter perguntava até que ponto seria possível descer antes de "chegar ao inferno".
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