Artistas propõem novo olhar sobre favelas cariocas em mostras no Rio


No quadro de Vanessa Lima, as favelas cariocas, vistas por um novo ângulo
Correio do Brasil

“Jovens de cinco favelas cariocas fazem, a partir deste domingo, uma série de atividades culturais em diversos pontos da cidade do Rio. A ação, que vai até quinta-feira, é uma iniciativa da organização não governamental Observatório de Favelas e conta com o patrocínio da Secretaria Estadual de Cultura e da Petrobras. O objetivo do projeto Solos Culturais é desconstruir os estereótipos criados em torno das favelas cariocas.

Os cerca de 100 jovens, que o projeto chama de solistas, têm idade entre 15 e 29 anos e moram nas comunidades da Cidade de Deus, na Zona Oeste, Penha, do Complexo do Alemão e de Manguinhos, na zona norte, e da Rocinha, na Zona Sul da cidade.

No Largo da Carioca, um dos mais movimentados pontos do centro do Rio, os solistas do Complexo do Alemão promovem a exposição Curto-Circuito 2, Vai de Quê?. A proposta é mostrar, por meio de recursos audiovisuais, um paralelo entre conhecer o Alemão pelo teleférico e via mototáxi.

– O teleférico é um sucesso, mas por ele a favela continua sendo conhecida apenas de cima. Por isso, convidamos as pessoas a fazerem o trajeto de mototáxi, um tipo de transporte criado na favela e que percorre as ruas, becos e vielas – diz a solista Nathalia Menezes, moradora do complexo.

Na Central do Brasil, a intervenção cultural ficará a cargo dos jovens da Cidade de Deus, com o Pense Dentro da Caixa. São textos, vídeos e entrevistas que mostram o ponto de vista de quem vive na favela, em contraste com a visão transmitida pela mídia sobre a comunidade.
– É uma oportunidade de conhecer a favela pela perspectiva dos moradores da Cidade de Deus – conta o solista Richard Araujo Azevedo.

As atividades do projeto Solos Culturais abrangem ainda a exibição do curta-metragem O Produtor Cultural da Favela, na Escola Livre da Palavra, na Lapa, neste domingo, às 19h, e o fórum de discussão Manguinhos Vai à Roma, na terça-feira, às 18h30, no Sesc Tijuca, e na quarta-feira, às 18h30, na Biblioteca Parque de Manguinhos.”

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