Dose Dupla, com
Denzel Washington, abre hoje ä noite o Festival de Locarno
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Rui Martins, de Locarno / Correio do Brasil
“Com dez filmes falados em português,
quatro deles em competição internacional, a lusofonia tem um bom lugar dentro
do Festival Internacional de Cinema de Locarno, que começa hoje, na
Suíça, com um filme de ação americano, Dose Dupla, dirigido pelo cineasta
islandês Baltasar Kormákur, com Denzel Washington (foto), sobre um tema bem
atual – espionagem e infiltração de agentes secretos num país estrangeiro.
Durante muitos anos, Locarno foi um festival mais para
cinéfilos, com filmes vindos do cinema independente de países emergentes, mas
agora está a mudar – não renegou seu passado porém abriu a porta para o grande
público, trazendo o glamour ou a atração de astros e estrelas. Mas, em lugar do
tapete vermelho para Faye Dunaway, Victoria Abril, Anna Karina, Christopher
Lee, tem um microfone para, num encontro interativo, conversarem com o público.
E para os amantes do classissismo hollywoodiano, Locarno tem uma retrospectiva
de 49 filmes de George Cukor.
Porém, não houve lugar para os Palop, os países africanos de língua
portuguesa.
Carlo Chatrian, o italiano novo diretor de Locarno, não achou nenhum
bom filme africano. Só uma coprodução francoargelina de Karim Mussaoui, Les
Jours d´Avant , contando uma história de amor ao sul de Argel.
Os lusófonos são representados pelo Brasil e Portugal, ambos na
competição internacional das longas-metragens com Educação Sentimental, de
Júlio Bressane, e E Agora ? Lembra-me, de Joaquim Pinto. E, na competição das
curtas-metragens, com Tremor, de Ricardo Alves Jr., e Versalhes, de Carlos
Conceição.
Há um homenagem póstuma ao realizador português Paulo Rocha e a
presença de João Pedro Rodrigues, com o filme O Corpo de Afonso, e da dupla
João Rui Guerra da Matta com João Pedro Rodrigues no filme Mahjong.
Rui Martins, de Locarno, convidado pelo
Festival.
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